Como usar repelentes
Passar repelente é uma das formas efetivas de se prevenir doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, como febre amarela, zika, chikungunha e dengue, além do incômodo causado por demais pernilongos e insetos durante as épocas de calor mais intenso.
No entanto, existem alguns fatores que ajudam o produto ser ainda mais eficaz. Veja algumas dicas:
4 dicas para melhorar a eficácia do repelente:
1. Como escolher o melhor?
A diferença entre as três principais substâncias presentes nos repelentes comercializados no Brasil é o tempo de eficácia de cada um, bem como suas concentrações. A Icaridina a 25%, por exemplo, é a mais potente, pois apresenta duração de até dez horas após a aplicação e pode ser passada em crianças maiores de dois anos.
Já produtos com a substância DEET apresentam tempos de ação de acordo com as concentrações: de duas a quatro horas, para até 9% (que são as mais seguras para crianças acima de dois anos) e de até seis horas para concentrações de 10% a 14% (ideal para adultos e crianças acima dos 12).
Por fim, o IR3535 é o que apresenta menor risco de toxicidade, podendo ser usado em crianças a partir dos seis meses, com duração de até quatro horas. Aqui é importante ressaltar que menores de seis meses de idade devem ser protegidos com uso de mosquiteiros e telas.
2. É perigoso dormir após passar repelente na pele?
Para o horário do sono, a melhor opção são os repelentes "eletrônicos", aqueles que ficam ligados na tomada. O problema de adormecer com um produto assim no corpo nem é tanto o risco de intoxicação ou alergia mas, sim, sua ineficiência. Ao ser aplicado na pele, forma-se uma espécie de nuvem de 4 centímetros de espessura e largura, que impede o contato direto do mosquito. Só que o uso de lençol e pijama, acaba tirando essa proteção.
Os efeitos colaterais são mais comuns em crianças e idosos, que apresentam uma barreira cutânea delicada e sensível aos alergenos presentes nos repelentes, principalmente se usados de forma excessiva. Além de dermatites de contato, podem ocorrer alergias respiratórias por conta do forte odor. Aqui, a dica é lavar muito bem as mãos após a aplicação do produto.
3. Vale apostar na versão natural, como óleo de citronela?
Melhor não. Isso porque eles ainda não apresentam estudos que comprovem sua eficácia, além de serem muito voláteis, o que compromete seu tempo de ação de cerca de 30 minutos. Também não se recomendam aplicações acima de três vezes ao dia, por não serem substâncias isentas de efeitos colaterais, da mesma forma que os outros produtos industrializados.
O que deve ser levado em consideração na hora de escolher entre loção, spray ou aerossol, além da praticidade, é a composição de cada produto, bem como a concentração dos ativos. Outro fator importante é a escolha da cosmética adequada para seu tipo de pele: as mais oleosas se beneficiam do uso de produtos com base alcoólica encontrados em spray e aerossol. Já as mais secas ou de idosos, o uso de produtos em loção é o mais indicado.
4. Como usar da maneira mais eficaz?
- O repelente deve ser aplicado em todas as áreas expostas do corpo, inclusive na face (evitando a região dos olhos), respeitando o intervalo sugerido para o fabricante. Ele varia de uma até três vezes ao dia, na quantidade adequada para recobrir a pele. Evite ainda a exposição de mucosas e feridas, pois há maior absorção nessas regiões e risco de toxicidade.
- Em caso de produtos em spray ou aerossol, o correto é borrifar nas mãos e, só então, aplicar na face. Na sequência, é muito importante higienizar as mãos, especialmente das crianças, que as colocam na boca e olhos constantemente. Se suspeitar de intoxicação, a área aonde foi aplicado o repelente deve ser lavada imediatamente, além de procurar orientação médica.
- Evite o uso concomitante com o filtro solar, pois o protetor evita a formação da barreira pelo repelente e também deve ser reaplicado com maior frequência. Quando o uso dos dois produtos se tornar necessário, melhor passar o filtro solar primeiro e aguardar no mínimo 30 minutos para aplicação do repelente.
Fonte: Rodrigo Lima, médico de família e comunidade, além de diretor da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC); Dra. Emily Alvernaz Figueiredo, dermatologista graduada pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF); Andrea Mychelayne Nunes, coordenadora da Pós-Graduação em Cirurgia Dermatológica do Hospital da Gamboa, no Rio de Janeiro (RJ).
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